Slow Food

 

O Slow Food (em inglês, literalmente, “comida lenta”) é um movimento e uma organização não governamental fundada por Carlo Petrini em 1986, tendo como objetivo promover uma maior apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e uma produção que valorize o produto, o produtor e o meio ambiente. É uma contraposição política e filosófica à massificação e à padronização oferecidas pelo fast-food. Assim como a Slow Food, outras organizações não governamentais, como o Cittaslow, também propõem uma redução na velocidade do ritmo de vida contemporâneo.  Juntas, tais organizações formam o movimento conhecido como Slow Movement.

 

A Filosofia do Movimento Slow Food

A filosofia da Slow Food defende a necessidade de informação do consumidor, protege identidades culturais ligadas a tradições alimentares e gastronômicas, protege produtos alimentares e comidas, processos e técnicas de cultivo e processamento herdados por tradição, e defende espécies vegetais e animais, domésticas e selvagens.

O alimento, portanto, deve ser bom, limpo e justo, o que significa que ele deve ser saboroso, deve ser produzido de forma a respeitar o meio ambiente e os preços devem ser justos, tanto para quem os produz, quanto para quem os consome.

O movimento defende a biodiversidade alimentar, a educação do sabor e a ligação entre produtores e coprodutores.

A mesma trabalha em prol da qualidade dos alimentos, defende a produção e consumo locais, o uso de alimentos tradicionais e a compra direta dos produtores, ações que tornam os alimentos mais baratos por depender menos de transporte e de produtos químicos para conservação e também por se tratar de uma cadeia de consumo mais curta e sem atravessadores.

 

O Conceito da Alimentação Budista versus Slow Food

 

Monja zen budista sul-coreana, Jeong Kwan, e seus preparativos de comida monástica, episódio do filme do Netflix intitulado Chef’s Table. 

O conceito desse movimento se assemelha muito à alimentação budista. Em muitos templos ainda essa forma de se comer e preparar os alimentos é empregado há centenas de anos.

Nos templos Budistas da Coreia, por exemplo, a comida do templo é a comida diária, consumida nos templos budistas. A diferença é que monges e monjas cultivam, preparam e comem frequentemente da mesma forma que fazem há 1700 anos.

A comida do templo tornou-se um pilar nacional na Coreia durante o século 4, quando o budismo se espalhou pela primeira vez para a Coréia da China. Muitos pratos de vegetais encontrados na comida coreana moderna podem ser rastreados até essa história.

Hoje, esses alimentos são muitas vezes vistos como a base de um estilo de cozinhar nutritivo e equilibrado: uma dieta vegana, que usa apenas ingredientes orgânicos e não produtos processados.

A comida é minimamente cozida, levemente temperada e servida em quantidades moderadas. Não só é saudável, como também satisfaz um desejo espiritual.

Quando monges e monjas budistas comem, sentem-se gratos por todo o trabalho e devoção envolvidos na preparação de sua comida, e não desperdiçam nem um único grão de arroz.

Alimentos em conserva: Uma das características da comida do templo coreano é a preservação para comer alimentos mesmo fora de época.

Foto: Jangajjii – conserva de legumes.

 

Tendo quatro estações distintas, a Coréia desenvolveu muitas receitas de alimentos preservados, como kimchi, doinjang (pasta de soja), gochujang (pasta de pimenta vermelha), ganjang (molho de soja), jangajji (legumes em conserva), chojeorim (legumes em conserva de vinagre), sogumjeorim (legumes em conserva) e jangjeorim (legumes em conserva na panela).

Essas receitas permitem que os alimentos sejam preservados por muito tempo sem perder os nutrientes suplementares necessários em uma dieta vegetariana.

doenjang: fermentado de soja.

Alimentos fermentados: os templos coreanos também têm várias receitas para preparar alimentos fermentados. A fermentação é uma mudança química causada por enzimas produzidas por bactérias. Assim como queijo, iogurte e vinho no Oeste, a zimotécnica é usada para fazer kimchi, doenjang, gochujang, ganjang e shikye (uma bebida de arroz doce) na Coréia. Diz-se que os alimentos fermentados têm sabores enriquecidos e benefícios medicinais.

 

Texto e Tradução de Elaine Kôhô光法. Praticante na Daissen Ji. Escola Soto Zen.

 

 

Referências:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Slow_food

Korea’s Buddhist Temple Food Comes to Turin

http://sossegodaflora.blogspot.com/2021/06/comida-monastica-comida-vegetariana.html

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