Embora muitas vezes o associem às artes marciais, medicina alternativa, cozinha macrobiótica, manutenção de motocicleta etc, muitos ocidentais, pelo menos, já ouviram falar no Zen hoje em dia. Ele tem sido popularizado em filmes, música, artes e ficção, e não existem boas livrarias ou bibliotecas que não tenham, pelo menos, uma publicação sobre o assunto.
O trabalho pioneiro de D.T. Suzuki, Alan Watts e Christmas Humphries, juntamente com o intercâmbio cultural deste século, também tornou muito fácil, para diversas gerações de mestres Zen orientais, trazer o Dharma para o Ocidente.
Talvez por causa do relacionamento desenvolvido entre as forças americanas de ocupação e os nacionalistas japoneses, os primeiros mestres Zen do Japão, que viajaram para o exterior, foram inicialmente para a América do Norte.
No início, reuniões informais, conduzidas por Nyogen Senzaki e outros, despertaram um interesse nos retiros (sesshin) formais do Zen, sob a orientação, por exemplo, dos Roshis Shunryu Suzuki, Hakuin Yasutani e Soen Nakagawa. No início da década de 70, centros de treinamento formal foram fundados na América para o Soto e o Rinzai Zen, bem como para o Chan chinês e o “ʺSon”ʺ coreano.
Como os monges japoneses Eisai e Dogen, que foram para a China e retornaram para o Japão com o Dharma, alguns ocidentais, interessados no Zen, foram para o Oriente, de lá regressando para fundar seus próprios centros de treinamento como satélites de mosteiros do Japão ou independentes.
Entre estes estão o Roshi Jiyu Kennet, o Venerável Myokoni e o Roshi Philip Kapleau. Juntos, os discípulos americanos e europeus e os mestres japoneses no Ocidente, que concluíram seu próprio treinamento formal, representam uma geração de mestres Zen nativos, alguns dos quais agora têm seus próprios sucessores do Dharma.
Escrito por Givanildo Taikan, comunidade zen budista Daissen, Soto Zen.
Fonte: O livro de ouro do zen – David Scott e Tony Doubleday; tradução de Maria Alda Xavier Leôncio – Rio de Janeiro – RJ: Ediouro, 4ª ed. 2001.