喝 chinese: Hè, japanese: Katsu
Ink on paper, December, 2014
Monge Komyo – Zen Neoexpressionist Artworks
Katsu é um dos mais importantes termos da rica expressividade zen, comumente encontrado na poética desta tradição. Parte grito de alerta, parte brado de realização, Katsu, no contexto da linguagem contemplativa do zen, possui difícil tradução.
E é muito bom que seja assim. Palavras facilmente traduzíveis são frequentemente enganosas, pobres de ensinamento. Em chinês “Hè”, em japonês “Katsu”, o conceito que subjaz o termo representa um momento de realização, vitória sobre a obscuridade da mente, um grito que nos acorda da ignorância perceptiva.
De todas as possibilidades de entendimento de Katsu, é justamente a expressão de esclarecimento que mais admiro. Diante de uma atitude viciosa, tola, desconcentrada, o professor clama: “ACORDE! ”. Katsu é um golpe firme na mente, que a faz despertar e perceber com clareza o que até então era pobremente discernido.
Mas a palavra também possui a beleza poética da anunciação do Satori, o momento único e grandioso em que a mente condicionada rompe as barreiras de sua limitação.
Assim, finalmente, “Katsu! ” se define como a final expressão de plena libertação.
Liberdade, Clareza, Despertar; uma palavra fluida, um grito de vida.
Komyo Sensei. Monge na Daissen Ji. Escola Soto Zen.