Estátua de Buda feita em bronze, provavelmente uma das primeiras representações icônicas de Sakyamuni de Gandhara.
Gandhara, cujo centro situava-se na atual Peshawar no noroeste do Paquistão – abrangia Bamiyan no Afeganistão, Bactria, Hindu Kush e a região de Punjab, no noroeste da Índia.
O Budismo alcançou Gandhara no século III a.C. e começou a florescer no primeiro século d.C. à medida que o comércio na Rota da Seda e as conexões interculturais do Mediterrâneo à China fomentaram sua disseminação.
Sendo de considerável importância estratégica e comercial no mundo antigo e sua posição central nas rotas comerciais entre a Ásia e o Mediterrâneo, Gandhara sofreu inúmeras conquistas, ficando sob o domínio dos persas com o reinado de Dario I, no século VI a.C, dos gregos com Alexandre o Grande e dos Mauryans indianos, que introduziram o budismo na região em meados do terceiro século a.C.
Cada conquista deixou marcas na cultura local; o resultado foi uma sociedade cosmopolita e multiétnica com uma tradição escultórica que misturava estilos e temas locais com influência da arte indiana, persa e helenística.
Em meados do século I d.C., os Kushans, uma tribo nômade da Ásia Central, assumiram o controle de Gandhara. Kanishka I, o terceiro imperador da dinastia Kushan, era um forte defensor do Budismo, que governava a partir de centros em Gandhara e Mathura, no norte da Índia.
A arte budista floresceu em ambos os lugares pelos séculos seguintes, com desenvolvimentos extraordinários na iconografia budista, incluindo a representação do Buda em forma humana (antes disso, ele era representado por símbolos como uma pegada), bem como um interesse renovado em histórias de sua vida.
Texto de Paulo Chikō. Praticante na Daissen Ji. Escola Soto Zen.
Fontes:
https://asiasociety.org/buddhist-heritage-pakistan-art-gandhara
https://www.metmuseum.org/art/collection/search/72381