Em 10 de outubro, foi realizada, na sede da comunidade Zen budista Daissen Ji – em Florianópolis, a cerimônia de ordenação de quatro novos monges. Nesta edição e na próxima edição, traremos entrevistas com os monges noviços e conversaremos, especialmente, sobre a ordenação monástica.
A seguir, apresentamos a entrevista concedida, gentilmente, pelo monge Butsukei. O monge é o criador e administrador do perfil Sobre Budismo, no Instagram, que há tempos tem por objetivo e empenho divulgar o Budismo para iniciantes, simpatizantes e todos aqueles que buscam o Dharma de alguma forma; ele também é o idealizador e responsável pelo projeto Tutoria Sobre Budismo, que oferece curso sobre o Budismo em geral, para as pessoas que desejam conhecer o Budismo como um todo e aprender sobre as diferentes escolas budistas tradicionais.
Butsukei san compartilha conosco um pouco da sua história como praticante, sobre a ordenação e o caminho monástico e nos deixa uma mensagem final aos iniciantes.
Poderia nos contar um pouco sobre a sua trajetória no Budismo?
Monge Butsukei: Primeiro muito obrigado pela oportunidade de compartilhar um pouco da minha história com vocês. Monge noviço precisa ficar mais quieto, mas como foi solicitado e o Sensei concordou, então está tudo bem! A minha história no Budismo começa, antes até do Budismo, eu passei por religiões, outras tradições cristãs, católicas, evangélicas. Eu lembro de uma experiência de algum tempo antes de entrar no budismo, eu ia para casa da minha madrinha nas férias da escola, eu morava em São Paulo e descia para o litoral de São Paulo e minha madrinha era mãe de santo, então ela tinha um terreiro dentro da casa dela e todo ano, eu era bem pequeno, tinha uns 8, 9 anos, minha mãe me levava e eu ficava 30 dias na minha madrinha.
Ela me tratava extremamente bem, mas eu não me sentia muito confortável, era um pouco estranho para uma criança ver o tanto de imagens e tudo mais. Eu quis colocar esse contexto porque algumas pessoas perguntam “você já praticou outras religiões? ”. Fui crismado, fui batizado na igreja católica, fiz catequese, participei de grupos de jovens e depois, com 25 anos, eu comecei a pesquisar sobre o Budismo, na verdade, eu comecei pela meditação, meu interesse inicial foi por meditação e eu fui para o Youtube pesquisar, encontrei um professor falando sobre a história da vida do Buda, isso em 2011, no início de 2011. Quando foi em agosto do mesmo ano, eu fui fazer um retiro em São Paulo para conhecer um pouco mais.
Então não tenho ninguém na família que é budista, a família toda do meu pai é japonesa, mas não tem ninguém que é budista, provavelmente, foi uma questão kármica mesmo. E depois fui para esse retiro, quando foi final de 2011, 14 de novembro de 2011, eu criei o site sobrebudismo.com.br, que veio surgir esse projeto chamado “Sobre Budismo”, que hoje tem uma série de coisas, tem Youtube, tem podcast, enfim, mas isso começou lá em 2011. E eu criei esse blog para que?! Para poder compartilhar as experiências que eu estava tendo dentro do budismo. Eu comecei a praticar em 2013, conheci um Lama brasileiro e fui coordenador de um centro budista em Uberlândia- MG, de São Paulo fui para Uberlândia e começou um centro na minha casa, no centro de Uberlândia, na sala, eram 3 pessoas, 1 cachorro, foi bem interessante. Hoje é um centro grande em Uberlândia, o centro Drukpa, ganhou até um nome Tibetano , nome de um mestre e depois eu me mudei pra Brasília e fui coordenar um centro em Brasília, reabri o centro de lá, outro centro budista de meditação da mesma escola e nesse tempo, em 2014, fiz retiro 21 dias em silêncio, depois fui fazer práticas, fui ajudando vários mestres budistas, tanto no Brasil quanto internacionais, eu fazia parte da organização que trazia vários professores da Índia, do Nepal, do Butão, foi uma experiência bem legal, poder participar assim ativamente da sangha, tinha algumas funções administrativas dentro da sangha e como praticante. Isso veio de 2011 no Budismo Tibetano até de dezembro para janeiro de 2020. De 2019 para 2020.
Nesse período eu já conhecia, já havia feito um podcast com Monge Genshô, em 2013 aproximadamente, pela “Sobre Budismo” e 2020, em março, por uma questão de afinidade com o Zen, eu já flertava com o Zen na questão de aprender um pouco assim além do Budismo Tibetano, um outro tipo de escola que eu mais gostava, outro tipo de linguagem, era o Zen. E pedi para ser aluno do Monge Genshô, tinha o contato dele, a gente fez toda a transição do Budismo Tibetano, ele pediu para enviar uma carta para meu antigo professor pedindo para me desligar e me tornar aluno do Monge Genshô, correu tudo bem isso, isso é muito importante, ir com portas abertas e ter uma tranquilidade em relação a isso, e a partir de março de 2020, o Sensei me aceitou como aluno mas não formalmente, informalmente, vim treinando, seguindo as orientações dele: “participe do CED, começa no módulo 1, depois vai ter retiros, a gente vai fazer cerimônia de Jukai”. E isso desembocou em outubro de 2021, 10 de outubro, quando eu fiz o meu primeiro retiro no Zen, o primeiro sesshin e foi bem interessante a experiência, porque eu nunca havia participado completamente de um sesshin. Já cheguei a ir em retiros do Zen, mas eu não fui para participar, fui para acompanhar minha ex-esposa, eu ficava com meu filho, o Gabriel. E basicamente é isso.
Após essa trajetória, o que levou o senhor ao caminho monástico?
Monge Butsukei: No Budismo de forma geral eu acredito que, na minha vida mesmo, eu nunca tive tais pretensões assim, eu era um praticante leigo do Budismo Tibetano, eu simplesmente fazia meu trabalho, eu ajudava a comunidade que eu fazia parte, fazia retiros, trazia os mestres, eu sempre me envolvi muito assim com as coisas que eu faço e com o Budismo não foi diferente. Eu criei um estilo de vida assim, por exemplo: ao invés de viajar, eu ia para retiros, e eu nunca tive essa pretensão, na verdade, de me tornar monge. Passou na minha cabeça uma vez, mas foi uma ideia, mas dentro do Budismo Tibetano para ser monge você tem que largar tudo e ir para um mosteiro, você tem que viver no mosteiro. Você larga sua família, você abandona sua família e você é cuidado pelo mosteiro, você entrega tudo! Eles te dão as roupas, lugar para ficar, comida, materiais para você estudar e você dedica a sua vida. Quem cuida de você e das suas necessidades básicas é o mosteiro e para eu fazer isso era impossível porque eu já tinha filho, eu não podia largar tudo e tinha meu pai para cuidar, meu pai tinha Parkinson e só eu que cuidava dele, enfim.
Eu deixei um pouco as coisas acontecerem, quando eu pedi para ser aluno do Sensei eu vi que a questão do Zen tem a carreira monástica e tudo, eu pensei assim: “nossa, seria interessante”. Conversei com o Sensei desse interesse para ver o que ele achava, ele falou: “ah, você tem que fazer isso. ”. Passou determinados passos para poder chegar nesse ponto de ser ordenado monge noviço. Eu comecei a treinar e as coisas foram se encaminhando bem. Eu tenho uma ótima relação com o Sensei e nós nos damos muito bem, conversamos bastante e tudo mais e ele foi me explicando as coisas, foi um processo interessante.
O Sensei tinha conversado comigo, que eu primeiro iria fazer a cerimônia de Jukai e seguir todo caminho normal, com a pandemia isso foi se arrastando. Ai depois ele falou assim: “O normal é você faz uns dois anos de retiro, depois você faz Jukai, depois com mais alguns anos você pede para ser monge”, tem todo um processo, mas ele disse: “Devido ao seu histórico no Budismo, você já praticou há um tempo então eu acho adequado”, o Sensei achou adequado me ordenar diretamente monge. Então meio que as coisas foram acontecendo, eu não tinha essa pretensão inicialmente, mas foi acontecendo e o Sensei comentou assim: “praticamente você já vive como monge. Você trabalha pela comunidade, você trabalha com o Dharma, você divulga, você ajuda a comunidade então você basicamente faz o que um monge faz. Você só não é formalmente um monge”. Eu falei: “ah, interessante, eu não tinha visto por essa perspectiva”. Basicamente um monge é aquele que dedica sua vida para o Dharma e para a comunidade, ajudar os seres além de si mesmo, como Sensei sempre ensina. E foi assim que aconteceu essa questão da ordenação.
Poderia compartilhar conosco esses passos que o senhor citou, que o Sensei lhe falou quais os passos que o senhor deveria fazer para se tornar monge?
Monge Butsukei: Na verdade, cada professor, cada escola, vai ter o seu próprio caminho. Como eu estudo bastante, não só o Zen, como também o Budismo Tibetano, eu dou sempre uma passeada pelo Theravada, principalmente essas três. E tem também das escolas tradicionais, o Budismo Terra pura e Nichiren Shu, cada escola vai ter o seu próprio processo.
Na Daissen com o Sensei, como que ele me explicou: primeira coisa era ajudar a comunidade, fazer parte das práticas, participar de retiros, então se envolver com a sangha e apoiar a sangha, trabalhar pela sangha, fazer entrevistas com o Sensei, praticar com regularidade. Então essa é a primeira coisa. Se envolver e fazer práticas! Porque não tem nem como pensar em ser monge se a pessoa não pratica. Depois que você está envolvido, você pede para ser aluno formalmente do Sensei e ele vai te explicar o que você tem que fazer, cada caso é um caso diferente. Vamos supor que esteja tudo certo, a primeira coisa é a cerimonia de Jukai, que é onde você vai receber os preceitos, são 16 preceitos no Zen, e você se compromete com esses preceitos. Se o Sensei achar adequado ele vai aceitar, você fará a cerimônia de Jukai, vai costurar o seu rakusu e será um praticante leigo, depois disso você continua por algum tempo, 1, 2 anos trabalhando pela comunidade, se aprofundando mais, fazendo mais retiros, e você pergunta para ele o que acha, fala da sua intenção, do seu interesse de virar monge.
Você vai conversar com ele, depois se ele aceitar a ideia, você vai entrar para os postulantes, você será um postulante, ou seja, um candidato a monge. Depois você fica mais um período em que você será observado, não pode cometer erros graves, não pode fazer nenhuma bobagem, se tudo ocorrer bem, vai chegar num ponto onde o Sensei vai aceitar. Então, comigo foi esse o processo. Como eu comentei: Acabou acontecendo de eu ser ordenado monge antes de ser ordenado como um praticante leigo, ou seja, fazer a cerimônia de Jukai. Eu fiz o Jukai junto com a cerimônia de monge. No meu caso específico foi pelo histórico que eu já tinha, então não é porque sou especial, porque “isso e aquilo”, não tem nada disso. O único ponto foi pelo histórico, por isso que o Sensei tem uma conversa com cada pessoa, para ver o ponto cada pessoa está. Se eu tivesse começado do absoluto zero, eu iria fazer o processo normalmente, participar da sangha, fazer retiros, pedir para ser aluno, então se ele aceitasse, faria o Jukai, depois de um, dois anos, pederia para ser monge, passado pelos postulantes, feito entrevistas frequentes com o Sensei e depois seria ordenado. Então, basicamente, esse é o caminho.
Ao refletir sobre todo esse histórico no Budismo, o que a ordenação monástica significa para o senhor hoje?
Monge Butsukei: Para mim a ordenação monástica é como se endossasse o caminho que eu quero seguir, pois para mim não faz sentido mais outros caminhos, digo até na vida leiga. Por exemplo: final do ano quero passear, não que isso seja um problema, mas tenho tantas outras coisas que para mim são mais importantes, para eu dar atenção que as coisas normais do mundo, como festas, não fazem muito sentido para mim perder tempo com essas coisas. Isso para mim! Cada um tem sua própria vida, tem suas escolhas, seguem o caminho que querem seguir, como estou falando pessoalmente de mim…
O caminho monástico é afirmar para mim mesmo que não faz sentido fazer outras coisas. Conhecer um pouco mais das outras escolas também me ajuda a ter certeza do caminho que estou seguindo no Zen, do que eu quero. Eu tenho muita afinidade com o Zen em si, com a objetividade, com a simplicidade, de forma alguma desmerecendo o Budismo Tibetano ou outras escolas. No Budismo Tibetano existem várias e várias práticas, porque existem vários tipos de seres com várias mentes diferentes, então isso é importante, mas na minha prática o Zen, essa objetividade, as coisas principais, a prática central do Zen é zazen, então ter uma prática que me norteia, claro que as recitações, os sutras, as cerimônias têm a sua importância. Os estudos têm sua importância, mas para mim uma coisa mais simples e objetiva, para mim é melhor. Me faz olhar para o que eu tenho que fazer, eu tenho que fazer tal coisa e então eu sento e faço isso; agora tenho que estudar então sento e faço isso. Para mim tem mais a ver com a minha forma de ser mesmo, gosto de coisas mais objetivas, mais simples e pronto. Então para mim é isso!
A ordenação representa para o senhor uma mudança na prioridade de vida ou o senhor já vivia, até mesmo antes da ordenação, como monge, como o Sensei citou?
Monge Butsukei: Para mim, desde que eu comecei no Budismo há 10 anos, o caminho do Dharma em si, o Budismo de forma geral, esse “ismo” que a gente chama, sempre foi a minha prioridade então mesmo quando eu não era monge, nesses nove anos atrás, antes de começar no Zen, eu já dedicava todo meu tempo para isso. Mas para mim sempre foi muito natural!
Eu gostava de ir para os retiros, todo ano eu fazia no mínimo 1 retiro, geralmente fazia 2, viajava para outros lugares para fazer retiro. Eu dedicava meu tempo livre para fazer esse trabalho pelo Sobre Budismo, fazia podcast, fazia posts no Instagram, fazia textos para o blog. Então isso para mim, sempre foi natural e de 2011 até 2018, o Sobre Budismo foi um hobby, o que eu fazia quando tinha tempo livre.
De 2018 pra cá, eu parei de trabalhar com as outras coisas que eu trabalhava, eu era web designer, sou ainda, ainda faço trabalhos com web designer, mas eu até 2018 trabalhei para outras empresas, mas dali em diante eu me dediquei integralmente de corpo (eu ia falar de corpo e alma, mas não tem alma no Budismo – risos), eu me dediquei integralmente para esse trabalho no Sobre Budismo, então todos os dias, podcasts, textos para o blog, Sobre Budismo, conteúdos no Instagram, compartilhando os ensinamentos, nesse ano, comecei a me dedicar também ao Youtube que é um grande local onde as pessoas pesquisam.
Então eu sempre vivi assim e depois de 2018 para cá, esse trabalho se intensificou, então eu me envolvi muito mais do que eu já fazia, eu já dedicava meu tempo livre para isso. Agora, de 2018 para cá, eu parei de trabalhar com web designer e comecei a trabalhar integralmente eu me dediquei mais ainda, então, é só praticamente o que eu faço, as atividades do meu dia se resumem a: trabalhos no Sobre Budismo, para sangha, para a Daissen, o que for necessário, minhas práticas e minha família. Resumidamente essa é a minha vida, meu dia a dia.
Qual seria a simbologia para o monge o ato de raspar os cabelos e a barba?
Monge Butsukei: Isso eu aprendi com o Sensei e eu sempre tento parafrasear o Sensei, os mestres, o próprio Buda, porque como monge noviço, o próprio Sensei fala, monge noviço deve ficar em silêncio, observar e aprender. E o Sensei explica que basicamente nós todos os dias, se nós não praticamos o Dharma, a ignorância que nós temos crescerá cada vez mais dentro de nós. Então assim como a ignorância cresce, os fios de cabelo também. Tem uma prece ao cortar o cabelo.
Todo sábado, na Daissen, os monges fazem a cerimônia de raspar a cabeça, então, tem uma prece para isso e basicamente assim como a ignorância cresce dentro de nós, crescem os fios do cabelo, que representam a ignorância, então nós raspamos, cortamos os cabelos que simbolizam a ignorância e estamos nos lembrando desse ato. O Budismo inteiro é sobre recordar, nos recordar, que a palavra meditação em sânscrito é “bhavana” que significa se familiarizar, se acostumar, então o que estamos fazendo o tempo inteiro quando a gente estuda o Dharma, quando estamos fazendo rituais, cerimônias e assim por diante dentro do Budismo, nós estamos o tempo inteiro nos recordando. Então raspar a cabeça também tem vários outros significados. Sensei explica sobre ficarmos feios mesmo, ficar igual aos outros monges, não se diferenciar, então são vários significados e simbologias.
Para finalizarmos, pedimos ao senhor que deixe uma mensagem para os iniciantes, que estão buscando respostas no Budismo?
Monge Butsukei: Uma coisa que o Sensei fala, que eu gosto bastante, gosto de todas as coisas que ele ensina, uma das coisas principais que o Sensei fala é a questão do “eu” de nós não nos apegarmos a esse “eu”, porque se nós nos apegamos a gente começa a dar muita importância e a gente vai na direção contraria do Dharma, que o ensinamento central, principalmente no Budismo, do Dharma é a interdependência.
Tem vários conceitos centrais, mas a interdependência é uma coisa muito importante, então quando nós damos muita importância para esse “eu”, quando nós achamos que esse “eu” é separado, ele é eterno, Sensei fala bastante disso, e nós focamos muito na gente, quando somos muito egoístas e olhamos só para gente começa a se separar dos outros e fica muito difícil praticar compaixão, praticar paciência, porque somos “nós aqui e os outros lá” então os outros são outra coisa, outras pessoas e eu não me importo com eles, eu vou me importar só comigo e isso vai na direção contraria do ensinamento central que Buda deixou, que é a interdependência, que todos estamos interconectados.
Então acho que desenvolver um pouco mais esse olhar que todos estamos interconectados, nós estamos juntos, já logo de saída começar a se acostumar, se familiarizar com esse tipo de pensamento vai mudar tudo na nossa vida! Se a gente, desde o começo, começar a se acostumar com isso, porque quando a gente começa a compreender que estamos ligados, estamos interconectados, então como vou ficar prejudicando os outros, querendo o mal dos outros? Esse tipo de pensamento sobre interdependência vai fazer com que a gente pratique compaixão, vai fazer com que sejamos mais paciente com os outros. A gente vai poder até sentir raiva dos outros em determinados momentos, tristeza e tudo mais em relação ao que os outros fazem com a gente, mas na hora que a gente, mesmo no começo, se der conta desse tipo de pensamento de que estamos interconectados e que assim como eu sofro o outro também sofre.
Então se estamos juntos como irei prejudicar ou querer o mal para o outro? Então começamos a nos regozijar com a felicidade dos outros, reduzimos nossa inveja, reduzimos o orgulho, porque não iremos ficar nos comparando a gente que somos melhores que ninguém, então acho que esse pensamento de que estamos todos interconectados, esse ensinamento central que Buda deixou, isso nos ajuda em tudo. Na questão do apego, em reduzir nosso egoísmo, aumentando a compaixão, aumenta a sabedoria, aumenta tudo, aumenta o amor pelas outras pessoas, reduz um monte de negatividades. Se pudesse compartilhar algo que permeia muito minha vida, que eu busco me lembrar sempre é lembrar do ensinamento central de Buda que todos estamos interconectados.
Entrevista realizada por Débora Muccillo. Praticante na Daissen Ji. Escola Soto Zen.