A Visão do Budismo Sobre o Suicídio
O suicídio é visto pelo suicida como uma forma de sair de um estado mental, afinal é tão insuportável o que se está vivendo que melhor conseguir uma maneira de “parar” tudo.
O problema é que na verdade nada cessará, o estado mental presente no momento da morte determina o estado futuro daquela onda kármica, e assim será muito influente em qualquer manifestação posterior que venha a ocorrer.
Assim o suicídio é a perda de uma oportunidade de solver o presente e uma projeção para o futuro de tudo o que está aqui e de forma bem menos controlável.
Já que não existe alma permanente nem reencarnação, como fica a pessoa desgostosa da vida, que passou por coisas horríveis e que para dar um fim a toda essa angustia, se suicida?
O que o Budismo ensina é que a noção de individualidade é um engano, que todos os fenômenos são ”vazios” de natureza própria, que tudo existe de forma interdependente. Como a folha de papel que, na verdade, é árvore, sol, chuva, fábricas, suor.
Dessa forma, essa pessoa não passou por coisas horríveis; todos passamos junto com ela, todos somos responsáveis, pois fazemos parte da mesma cultura; somos, junto com ela, a vida e a humanidade.
Como disse Jonh Donne: ”sou continente, cada pedaço da humanidade é um pedaço de mim que se vai.” “Não pergunte por quem os sinos dobram, eles dobram por ti.”, como Ernest Hemingway citou.
Uma pessoa não se suicida porque ela dá cabo apenas da sua manifestação presente, todo o karma continua e o karma do suicídio que permanece pode ser bem doloroso. Por causa disso, novas manifestações kármicas de novos indivíduos surgirão.
Chamaríamos a isso de renascimentos, mas não se trata da mesma ”pessoa”, porque a noção de individualidade é proporcionada pelo surgir dos pensamentos na própria mente e tem a mesma consistência de um sonho. Assim, iluminar-se é acordar e Buda significa acordado.
Fonte: Perguntas e respostas utilizadas nos ensinamentos da comunidade Daissen.
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