Hoje vamos fazer o que o Buda nos ensinou, que é praticar a generosidade, a virtude e a meditação, porque essas atividades são como uma escada que nos conduz a um nível superior de bondade, paz mental e felicidade que o Buda e seus discípulos iluminados alcançaram. Se nos dedicarmos muito a essas atividades, chegaremos ao objetivo rapidamente. Se nos dedicarmos pouco, chegaremos lentamente. Ninguém, além de nós mesmos, pode determinar se progredimos lenta ou rapidamente. Somos nós que percorremos o caminho, que subimos a escada.
Acumular riquezas e posses apenas aumenta nossas responsabilidades, causando agitação e preocupação. Se desistirmos disso, praticando a generosidade, doando e distribuindo aquilo que temos em excesso para aqueles que têm menos do que nós e que estão necessitados, nosso coração se sentirá leve. Felicidade e contentamento surgirão no nosso coração.
Virtude significa cumprir as cinco regras de treinamento: não matar, não tomar o que não for dado, evitar o comportamento sexual impróprio, não mentir, evitar vinho, álcool e outros embriagantes que causam a negligência.
Além da generosidade e virtude, se praticarmos meditação e formos capazes de manter nossa mente calma, passaremos para os mundos celestiais que também podem ser alcançados através das práticas de outras religiões, não apenas através dos ensinamentos do Buda. No entanto, seguindo o Caminho ensinado pelo Buda poderemos ir além dos mundos celestiais alcançando a completa libertação da mente.
Os níveis de calma mental alcançados na meditação correspondem à força da nossa atenção plena (sati). Se a atenção plena for forte e estável, a calma que obteremos será profunda e duradoura. Se a atenção plena for fraca e instável, a calma que obteremos será correspondentemente superficial e passageira. Portanto, se queremos uma calma mental profunda e duradoura, devemos fortalecer e estabilizar a atenção plena.
Para fazer uma analogia, a atenção plena é como uma corda que amarra um navio ao cais. Se for necessário que o navio esteja firmemente amarrado, a corda deve ser mais forte do que o navio. Se a corda for mais fraca do que a força do navio à deriva com a maré, a corda pode romper. Com a corda rompida o navio pode se afastar. É o mesmo com a nossa mente. Se a atenção plena for fraca, nossa mente se afastará, levada pela imaginação e pensamento. Mas se a corda da atenção plena é mais forte do que a mente distraída que pensa em todo tipo de coisas, a mente se manterá firme e quieta. Se essa imobilidade dura ou não, depende de quão forte é a corda da atenção plena.
Uma mente calma e estável estará em condições de progredir para o último estágio da prática de meditação – o cultivo da sabedoria.
Texto de Michael Beisert. Escritor e praticante budista da tradição Theravada.
Referências:
Acesso ao Insight. Sati (Atenção Plena). 16 de abril de 2016. Disponível em <https://www.acessoaoinsight.net/sati.php>
Acesso ao Insight. Meditação. 21 de setembro de 2020. Disponível em https://www.acessoaoinsight.net/meditacao.php>
Texto baseado nos ensinamentos do Ajaan Suchart Abhijato
ABHIJÃTO, Ajahan Suchart. Mountain Dharma: A Collection of Dharma Talk. 1º edição. Bangkok, Tailândia: Silpa Siam Packaging & Printing Co. Ltda, maio de 2016.
Acesso ao PhraSuchart. Books. Disponível em <https://www.phrasuchart.com/enbook/>