Querida sangha, meu nome é Thales Pimenta e tenho 36 anos. Aos 8 anos de idade apresentei sintomas ansiosos e depressivos, acentuando-se aos 12 anos, quando fui diagnosticado com depressão e transtorno de ansiedade. Aos 30 tive diagnóstico tardio de transtorno do espectro autista caracterizado como grau 1 de suporte ou “leve”.
Desde pequeno eu vivi em sofrimento mental, achava a vida ruim. Eu pensava que a felicidade estava nas coisas materiais que eu não possuía ou no status. Buscava o favor milagroso de divindades para a cura da minha tristeza crônica e descontentamento. O medo da morte me dominou por décadas.
Em janeiro de 2021 eu conheci o Zen Budismo por meio de palestras online da comunidade Zen do Brasil. E em Março de 2020 comecei experienciar o zazen e me tornei aluno do Daissen Ji Virtual. Fui acolhido pelo Sensei Genshō, que é meu professor do Dharma e um pai para mim. Era tudo novo para mim, uma religião que não fala de divindades, mas que me ensinou a abrir os olhos, respirar e que as coisas mais simples da vida são milagrosas. A vida é um Milagre todos os dias, o presente é cheio de milagres.
Aprendi sobre o Dharma de Shakyamuni Buda. Tornei-me aluno do CED (Curso Sobre Ensinamentos do Dharma), da Daissen, onde estudei e pratiquei, e minha mente foi melhorando e se acalmando; morte e vida foram se tornando naturais para mim. As vaidades e desejos foram diminuindo. Estou há 8 meses sem sintomas depressivos, após mais de 22 anos sem trégua das tristezas e vontade de desistir da vida.
Hoje eu amo a vida. Sou pai, marido e uma pessoa realizada. Me sinto feliz na impermanência e sei que tudo muda. Voltei a trabalhar , sai da previdência e estou sereno. Sou grato a tudo e todos. A minha mente mudou muito. O Dharma é transformador na minha vida. Em um ano de pratica Zen, tudo ficou mais claro e calmo. Voltei a trabalhar , saí da previdência. Sou grato a tudo e todos. A minha mente mudou muito. Buda ensinou o caminho para a libertação do sofrimento, e é um caminho que é para todos os seres. Os mestres dizem : “zazen não serve para nada, mas também pode servir para tudo”.
Encerro meu relato, agradecendo a todos, à sangha Daissen Ji, ao Sensei Genshō e ao Jornal Budismo hoje pela oportunidade. Lembrando que não se deve abandonar tratamentos médicos e que a prática do zazen deve ser sempre orientada por um mestre Zen autorizado. Eu convido a quem desejar conhecer a Daissen Ji.
Gasshô.
Texto de Thales Mayer Pimenta Neto. Praticante na Daissen Ji. Escola Soto Zen.