Em tese, o aborto não pode ser uma coisa aprovável pelo Budismo. Porém, nenhum julgamento pode ser definitivo, há muitas circunstâncias a considerar; risco de vida para a mãe é um exemplo.
Normalmente, participar de um processo abortivo é algo que causa muitos pensamentos futuros: “como seria esse filho? ”. Tais cogitações causam sofrimento, pois são marcas kármicas que dão grande trabalho para superar.
Embora nenhum julgamento definitivo possa ser feito sobre circunstâncias que variam, podemos dizer que o aborto causa sofrimento mental em seus agentes, perguntas que nunca serão respondidas sobre aquele ser que não nasceu, remorsos e mesmo coisas que não sabemos agora.
Um aborto precisa ser muito bem justificado. Lembro de um trecho de Mestre Zen Uchiyama em que ele revela que recomendou o aborto a uma jovem, mas que o fez para cessar um outro sofrimento, porém reconhecia que, como mestre budista, isso o levaria a longos sofrimentos infernais. Mas, como boddhisattva, se sentia obrigado a carregar tal ônus para livrar outro ser de parte da culpa.
Lembre-se, porém, que um eu é apenas uma delusão. Um impulso kármico que não se realizou de uma forma, manifestar-se-á de outra – obrigatoriamente.
Fonte: Perguntas e respostas utilizadas nos ensinamentos da comunidade Daissen.
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